segunda-feira, 5 de março de 2012

Como conter uma humanidade que sente prazer em esgotar a própria essência?

A enfermidade da saúde pública no Brasil chegou ao estágio de pandemia. Uma verdadeira aberração dos Direitos Humanos, da própria vida. A proliferação da crise atingiu uma proporção que saiu do controle e se tornou maior do que as endemias que o setor deve combater para oferecer ao brasileiro o mínimo de dignidade através de uma saúde decente, em face das altas taxas de impostos inseridos em produtos e serviços para que as aplicações no setor se elevem.
Contudo, a eficácia do vírus transmitido pela espécie política se alastra graças à ineficiência do anticorpo justiça, levando à vulnerabilidade dos dependentes, que ficam em estado de abandono. Isso, aliado à negligência dos administradores, abala, dia após dia, as estruturas do SUS, que não consegue desinfetar as suas engrenagens, completamente dominadas pelos micro-organismos da irresponsabilidade e pela bactéria da desonestidade, originando a célula cancerígena do sistema político brasileiro, cientificamente comprovado por contrafação. O surgimento do câncer popularmente chamado de corrupção, mesmo com o acelerado avanço da ciência, conseguiu apenas um genérico para suavizar a dor dos dependentes do SUS, mergulhados num precipício que inverte o próprio significado: Sem Uma Solução.
Essa decadência afetou o sistema de tal maneira que a qualidade do atendimento chega a ser humilhante: hospitais em estado precário — alguns sem condições de funcionamento —, superlotação, falta de remédios e de leitos, equipamentos danificados, mortes por falta de atendimento, negligência médica, desrespeito. Tudo isso transformando a vida do cidadão num Sofrimento Unificado e Sórdido.
A partir de então, uma pergunta paira à procura de resposta: Por que não está dando certo? Erro de gestão, falência do modelo ou insuficiência de verba?

O fato é que os problemas vão além da falta de verbas, pois o bom funcionamento do órgão depende do interesse e da competência de quem o administra — o exemplo está em algumas prefeituras que chegam a oferecer atendimento de primeira qualidade. Mas como é de praxe, a maioria dos representantes públicos só se preocupa com o próprio umbigo e, ao tomarem posse, a primeira providência é para si e para os que comem na mesma mesa.
Se não semearmos a fraternidade nos corações desses homens para que a saúde pública se torne pelo menos justa para com os seus dependentes, uma doença ainda mais crônica infestará o SUS: a indignação. Indignação por apreciar a dor, o desespero de homens, mulheres, crianças, idosos, abandonados por corredores e enfermarias devido à falta de leitos nos hospitais públicos e conveniados, e com os jornais apresentando em horário nobre a farra dos desvios e o superfaturamento do dinheiro público. E o pior: a cara de pau dos administradores que se exoneram e ainda se gabam de que a justiça foi feita.
Dessa forma, o SUS está se tornando uma Saída Única para Salvar os SEM: sem teto, sem saúde, sem educação, sem justiça social, sem autonomia e que vegetam com as migalhas dos programas sociais unificados pelo Cadastro Único. Uma revolução para os governantes, que fazem na vida do brasileiro um grande diferencial: de um lado, presidente e vice-presidente, Poder Judiciário e seus altos funcionários, classificados na hierarquia social como cidadãos privilegiados. Do outro, o cidadão comum, rotulado simplesmente como sem direitos.
Diante de tantas ameaças, sem nenhuma perspectiva de amparo, é melhor seguirmos as recomendações do Ministério da Vida, que adverte: “Depender do SUS é antecipar o suicídio. É ser enterrado sentado sem direito a caixão e vela”.
Fonte de pesquisa:construirnoticias.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário